Do (not) peel off
Weave Up! 2024

Guimarães
O QUE FIZEMOS

Instalação exterior como resultado de investigação e experimentação – Workshop Internacional – da cortiça em relação com o têxtil.

Explorando transparências, sobreposições, estruturas e a mistura de materiais, a instalação combina cortiça com outras substâncias, como fécula de batata, látex, lã, pasta de papel, entre outros. Apresenta-se a ideia de uma segunda "pele". Troncos de árvore despidos, simbolizando a extração da cortiça do sobreiro, são recobertos com outras "peles".

Um trabalho coletivo resultante de uma equipa multidisciplinar composta por artistas, designers, arquitetos e engenheiros que, a partir de uma abordagem conceptual centrada na árvore (o sobreiro) e na matéria (cortiça), desenvolveram um processo de experimentação que envolveu tentativa e erro, mas também sucesso e novas descobertas.

Inserido no projeto europeu Weave Up! Cork, inicialmente realizou-se uma residência de 5 dias em 2023, com o acompanhamento de Lucile Drouet. A investigação abrangeu a cortiça e a cadeia de produção associada: desde a extração (montado alentejano) até à produção dos derivados das rolhas (Sedacor) e ao fio de cortiça (Têxteis Penedo), contando também com o apoio técnico-científico do CITEVE. Em 2024, um workshop de 10 dias, realizado entre 17 e 26 de outubro, focou-se na experimentação baseada numa metodologia combinada: aproximação mecânica, sobreposição e mistura. Este culminou numa apresentação pública em que a árvore e a "pele" são os temas centrais – matéria viva em constante transformação –, proporcionando uma reinterpretação criativa do ciclo de vida e da natureza. 

Autores: Verena Brom, Sergei Zinchuk, Mónica Faria, Catarino Bere, Sofia Mingaleeva, Ivis Aguiar, Ana Leandro

Coordenação: Susana Milão

Assistência à Coordenação e Produção: Rita Amado

Produção: Pedro Carvalho

Financiamento: Europa Criativa

Organização: Ideias Emergentes/Contextile 2024

Uma biblioteca – CORK_THÈQUE – serve como arquivo de todas as experiências realizadas por criadores de diferentes áreas, que desenvolveram uma abordagem conceptual baseada na ideia da cortiça como matéria e na árvore (e seu recobrimento) – uma primeira pele tangível expressa na superfície e na estrutura.

Este é o resultado de 10 dias de experimentação com diferentes materiais, tendo a cortiça como base para a criação de novas matérias. Para aprofundar a experimentação e estabelecer uma base para as diversas abordagens à ideia da cortiça como 'pele', foi introduzido o conceito de 'segunda pele', interpretado de diferentes formas, da técnica à metáfora:

Proteção individual: Conforto e segurança

Proteção Física: A cortiça serve de casca protetora para as árvores e proporciona isolamento acústico e térmico às nossas casas.

Cura e proteção emocional: Os trabalhadores da cortiça formam grupos sociais temporários, enfatizando o papel social do trabalho e a criação de um sentido de comunidade.

Identidade, autoexpressão e adaptação

Assimilação cultural e camuflagem: A adoção de novas normas culturais e a mudança de códigos é semelhante à criação de uma segunda pele.

A indústria da cortiça é parte integrante da identidade portuguesa.

Sustentabilidade

Alternativas naturais: Utilização de látex natural e de processos de aquecimento e pressão como alternativas aos polímeros nos produtos de cortiça.

Florestas de Cortiça e Regulação Climática: a importância das práticas sustentáveis.

Os perigos do “falso verde”: sensibilização para as alegações ambientais enganosas.

O ciclo e o tempo de vida das árvores e do planeta: salienta-se a interligação dos ciclos naturais.

Esta é uma biblioteca de experimentação de materiais não científica.

É uma abordagem feita a partir de áreas disciplinares artísticas, do design e da arquitetura com alguns contributos na área da engenharia têxtil.