CONVERSAR. Entre o Corpo e a Palha
Experimentar o Têxtil
CONVERSAR. ENTRE O CORPO E A PALHA é a exposição proposta pela artista Julie Lambert (Quebec, Canadá), depois da residência artística por si concebida para a Bienal Contextile 2022, em Guimarães, na qual teve a cooperação do Museu da Palha de Fafe e artesãos locais. Esta mesma exposição esteve também na BILP (Biennale Internationale du Lin de Portneuf, Quebec).
Esta exposição inseriu-se nas iniciativas “Experimentar o Têxtil” promovido pela Ideias Emergentes em parceria com a Bienal Contextile, que se realizam no território do Vale do Ave, com o propósito de ligar as várias realidades do têxtil entre si, os diversos públicos e comunidades, aos processos de criação em torno do elemento têxtil.
“A palha trançada, um material fascinante e luminoso, é a fonte de inspiração que guiou a minha abordagem ao longo deste projecto. As características da palha, as suas qualidades e condicionantes, foram o fio condutor, a palavra de ordem.
Quis descobrir a cultura portuguesa através de um saber-fazer particular, específico da região que me acolhe. Aqui, conheci pessoas de grande generosidade, que fizeram todas as tranças necessárias para a realização desta exposição.
Foi durante a residência artística organizada pela Bienal Contextile, no verão passado, que criei todas as obras reunidas sob o título: Porter les silentes. Série reminiscências (Carregando silêncios. Série Reminiscências).
Nela, abordo a nossa relação com o corpo. Os objectos de palha tradicionais são principalmente recipientes. Eles são feitos para carregar coisas preciosas que queremos embrulhar com beleza ou proteger a nossa cabeça com delicadeza e estilo.
Questionei-me: e se eu tivesse que criar um recipiente personalizado para carregar algo precioso, o que eu precisaria carregar? Qual forma seria útil e se encaixaria nas minhas proporções? Este é o ponto de partida para estes grandes cestos que transportam silêncios. Imaginei esses volumes, moldados ao corpo, como marcas de nossas posturas suportando pesos invisíveis.”